sábado, 18 de julho de 2009

OUTROS CINEMAS

Lucas Bambozzi

O “ao vivo” carrega o fascínio pelo improviso, pela condição de gerar algo (uma imagem, um som, uma idéia, um conceito, uma associação entre todas essas coisas - por temporário e fugaz que seja esse resultado) que vai reverberar diante dos olhos de quem ainda está em processo de produzir. Loops, montagem paralela ou feedbacks (magias que sintetizavam o próprio conceito de videoarte), geram fluxos de comunicação em estado bruto. Quando bem realizado, esse processo é sentido igualmente pelo público. E como há beleza na imperfeição, penso que essas situações não carecem mesmo de maior controle. Situações e espaços protegidos já existem muitos: museus, galerias, teatros e centros culturais sisudos. As poucas frestas que sobram para a experimentação devem ser consideradas antes que sejam institucionalizadas sob a égide da produção cultural estandardizada.

As novas possibilidades de associação entre sistemas de imagens e sons vem causando surpresas mesmo entre os mais céticos, que começam a ver o potencial sensorial dessas situações - melhor seria dizer nova configuração -, a partir da confluência com a cultura da música eletrônica. Pois em essência não há muito de novo.

http://www.rizoma.net/interna.php?id=137&secao=camera

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