sexta-feira, 24 de julho de 2009

Performance audiovisual interativa




Em eDGe apresenta-se uma visão contemporânea do retrato como paisagem, dentro da problemática da Realidade Aumentada.O sistema de Realidade Aumentada digitaliza os corpos, reduzindo ao mínimo as características individuais que os distinguem.O ente, na imagem digital, é universal e confronta-se com o corpo no espaço físico. Como criar o nosso registo numa imagem em conflito com o que nos é próprio e impessoal? A linguagem corporal, como elemento de ligação, impulsão e estruturação, surge como mecanismo do registo pessoal, singular e afectivo. Aí, recupera-se a essência do eu, inicia-se a possibilidade do retrato. Com a necessidade do indivíduo estabelecer uma consciência de grupo, o retrato transforma-se em paisagem.
eDGe é um projecto transdisciplinar de cariz performativo que tem como base um software interactivo de Realidade Aumentada (onde o espaço físico e o digital convergem), desenvolvido pela equipa de eDGe, e que, entre outras coisas, permite desenhar, criar animações visuais, compor e tocar música unicamente através do corpo e da expressão corporal, sem a utilização de nenhum outro utensílio.
Coloca-se em questão a pertinência do desenvolvimento de tecnologias informáticas na criação artística e a sua relação com a emergência do discurso contemporâneo. Quais os niveis de infuência no nosso pensamento? Como afectam ou influenciam o processo criativo? O que se altera como objecto artístico e a sua relação com o público?
Como definir a linguagem performativa em eDGe? Esta ultima questão surge quando se pretende compreender a acção do corpo em eDGe, pois um corpo que pinta está a pintar, um corpo que dança está a dançar, um corpo que toca está a tocar, e em eDGe, um corpo que “interage” está a interagir?
Em eDGe são abordados conceitos e práticas do domínio da composição visual, musical e corporal, sobre o paradigma da extra-temporalidade e da relação de feedback que se estabelece entre um corpo e um sistema.


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